quinta-feira, 30 de julho de 2015

Diabete

Notícias de ontem referem que a Universidade de Coimbra descobriu que a fertilidade é afetada pela "*diabetes".

Como a maior parte dos vocábulos médicos, a origem é o grego.  
 Mas em português como é que se diz?
__ a diabetes?
__a diabete?
__o diabetes?
__o diabete?
Todas estas palavras têm sido usadas na língua portuguesa. Mas qual é a melhor?
R: “a diabete” (cf: a análise, a síntese…)

Nota: Substantivo feminino, como em espanhol, francês, italiano. 


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Sobre Processo de Implementação do Acordo Ortográfico que Conselho de Ministros anunciou hoje

Postei um texto sobre o assunto em :

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

sábado, 25 de abril de 2015

Como vivi o 25 de Abril de 1974

Como vivi o 25 de Abril de 1974

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Vitaminada Crioulização

Usar o conceito implica riscos.

A autora partilhou comigo isto que aqui fica. Escreveu-o no sábado de manhã e recebi-o  nesse mesmo dia 11 à tarde.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Slogans em inglês: qual a sua gramática?

Slogans em inglês: qual a sua gramática?





Nota prévia: o título segue a recomendação ortográfica(1)  acerca dos empréstimos naturalizados. O vocábulo slogan deixou de ser considerado um estrangeirismo, logo deixa de haver necessidade de o apresentar acompanhado da sua metalinguagem. 
(1)Ou seja, de acordo com as bases ortográficas oficiais das duas academias, que regulam o uso da nossa lingua.

 Os slogans têm uma estrutura própria que os faz apetecíveis em mensagens apelativas. Têm  a seu favor três qualidades: são curtos, de gramática fácil e usam um vocabulário apropriado aos efeitos 


comunicativos visados. Mais: tendo emergido num contexto próprio que é o da língua inglesa, mesmo em outras línguas pode haver tendência para procurar utilizar slogans em inglês. 


O exemplo é "He for she": o slogan até soa bem, todos percebemos o significado de "he" e "she" (os dois únicos pronomes do inglês que têm a marcação de género: masculino e feminino!). É o slogan que 

anuncia hoje que a mais alta instância da nação se associou a uma iniciativa, decerto louvável, de promover a metade feminina da nação -- ou não estivéssemos nós em ubérrimo mês M.
Ele... ela. Em português pode funcionar. Mas não em inglês. Surpreendente porque é universal a crença de que é uma língua fácil, sem gramatica quase. Mas já teve uma gramática complexa que só se simplificou após o nascimento de Cabo Verde e desta nova língua. 



 Pois é, o slogan "He for she" erra no uso do pronome que não tem a função de sujeito. Se o sujeito da frase está perfeitamente identificado, como este "He" cuja ação beneficia um alvo, o uso da preposição "for" obriga a que o alvo seja representado por uma nova palavra que indica precisamente que  "she" não pode ser, que o correto é usar o pronome equivalente à função: "her". Ela/she é alvo, logo a palavra muda. Este o segredo que nem googlando se encontra porque ... (a resposta está num velho ditado).

domingo, 15 de março de 2015

Emergentes "Social Media": qual a sua gramática?

Emergentes "Social Media": qual a sua gramática?


Nota prévia: o título segue a recomendação ortográfica(1)  acerca dos estrangeirismos, que devem ser apresentados com a devida metalinguagem:  entre aspas,  em itálico (este, só nos meios mecânicos).
(1)Ou seja, de acordo com as base ortográficas oficiais das duas academias, que regulam o uso da nossa lingua.

Ao utilizar-se (num texto escrito) uma expressão não-portuguesa, como é "social media", confrontamo-nos sempre com a questão de saber a que género e número pertence. A resposta a "qual a sua gramática? "é crucial para a sua correta utilização numa frase.
A expressão, que emprestamos, é por seu turno uma criação  da língua inglesa, que adota  e adapta o substantivo latino "media", plural de "medium". Adota-o na sua forma gráfica e em parte quanto ao sentido. Adapta-o à fonética da língua inglesa: o seu "e" pronuncia-se como o nosso "i".
O português, sendo uma língua filha do latim, mantém muitos traços da fonética da língua latina: o "e" pronuncia-se "e".  Além disso, a palavras portuguesa "meio", muito antiga no português e de uso corrente, partilha com outras palavras a mesma origem latina, "medium": o /a médium, a média, mediano, meio/a, no sentido de metade, imperfeito... 

segunda-feira, 2 de março de 2015

Ama de Leite: Existe ou é um Anacronismo?

Ama de Leite: Existe ou é um Anacronismo?

A pergunta era outra: Como se escreve, com hífenes?  E a sua resposta é que no novo acordo ortográfico deixa-se de escrever esta locução como composto justaposto, segundo a base décima-quinta (se não me engano).
E ama de leite: existe? As amas existem, sim, mas as de leite tornaram-se uma realidade de outras eras. Uma famosa: Ana Leal, de Póvoa de Varzim.

domingo, 1 de março de 2015

Críticos 10%: a questão acentual!

Críticos 10%: a questão acentual!


«A generalidade das palavras tem um segmento, a sílaba, que se pronuncia com maior intensidade de que os seus vizinhos. Ao fenómeno da intensidade damos o nome de acentuação, sendo designado como  acentuado (ou tónico) o segmento que comporta o acento prosódico ou seja, tem intensidade maior do que a  dos outros segmentos não-acentuados (ou átonos, ou ainda, inacentuados). Nota-se que embora prosodicamente (isto é, fisicamente) se possam encontrar vários graus de intensidade, em português apenas se distingue, funcionalmente, entre segmentos acentuados (ou tónicos) e não-acentuados, isto é, entre a presença e a ausência do acento, o que significa que existe apenas um acento prosódico. Noutras línguas, por exemplo o alemão (...), pode-se falar em acento principal e um ou mais acentos secundários.» (Lima 2002: 7.02)

Se na oralidade quotidiana, a questão dos acentos não parece tão evidente, as dúvidas surgem quando chega a hora de escrever com correção: Devo ou não acentuar "estatu-i-do"? e "ensa-ista"? São os tais dez por cento de palavras que no português exigem de quem escreve um esforço de adaptação. Aliás,  demonstra-o a história da língua (assunto a que voltaremos em outra oportunidade). 
Procurando orientar para o domínio desta área crítica da língua que é a  acentuação, aqui vão duas regras: 
  1. A penúltima sílaba, que por definição é a prosódica (ou pronunciada), geralmente não tem acento gráfico.
  2. As excepções à regra do acento, essas, sim levam o acento gráfico: a sílaba oxítona (aguda) e a proparoxítona (esdrúxula).   Para compreender melhor o assunto, costumo conduzir a uma comparação de como se comportam as línguas-irmãs do português. Hoje vou limitar-me a comparar com o espanhol:
    Observamos que  a ortografia nesta e naquela língua parece que  dita regras opostas. Senão, vejamos:
    -. O sufixo espanhol -"(e)ncia"  tem a mesma prosódia que o seu equivalente português "-(ê)ncia". Apenas diferem na ortografia (acento gráfico sobre a tónica, no português). Exemplos: constancia/constância, ciencia/ciência,os nomes próprios iguais nas duas línguas: García/Garcia, María/Maria, etc.
    -.  Contrariamente,  o sufixo espanhol acentua graficamente o sufixo "-ía" que tem a mesma prosódia que o seu equivalente português "-ia" (sem acento gráfico sobre a tónica). Exemplos: os nomes próprios iguais nas duas línguas: García/Garcia, María/Maria, etc.
Doctor grammaticus ou coisas que me perguntam


Partilho os "Conselhos" a uma "Dúvida"
(Exposta em //15 e respondida "na hora")

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Doctor grammaticus ou coisas que me perguntam


Partilho os "Conselhos" a uma "Dúvida"
(Exposta e respondida no mesmo dia, em maio 2009-10)
Pergunta-me "I" se está bem o emprego de preposições e se o título não é longo demais em: Jogos e Brincadeiras no Ensino ...: Um Estudo da Ocupação do Tempo de Recreio da Escola ..., da Cidade de ....
Conselhos
1º. Preposições: a repetição da mesma preposição "de" torna difícil a compreensão, sim. A 1ª integra um sintagma com a função de complemento circunstancial de assunto: pode ser substituída por "Sobre". No sintagma "da Escola", a preposição integra um complemento circunstancial de lugar: pode ser substituída por "em". No sintagma "da Cidade", a preposição tem a mesma função da preposição anterior pelo que pode ser omitida.
2º. Título: extenso, sim. Avalie que complementos nominais são redundantes neste contexto. Suprimindo-os, pode melhorar a legibilidade do título e promover uma melhor comunicação.  

O resultado final:
Jogos e Brincadeiras no Ensino ...: Ocupação do Tempo de Recreio 

Doctor grammaticus ou coisas que me perguntam


Hoje trago a história do difícil perfeito. Começa com um  amigo FB a outro:  
- Ainda não te habituastes?
Para chegar a um diagnóstico, colocam-se as duas hipóteses, a seguir, e o respetivo tratamento: 
1ª Desusada Reverência?
-astes é forma de 2ª pessoa plural que hoje só o discurso eclesiástico usa. 
Não, não estamos na missa: a hipótese  cai.

2ª Generalização da regra do -s final nas formas da 2ª pessoa?
É uma hipótese que ganhou consistência perante a óbvia presença de "te", a indicar a 2ª pessoa, o "tu"  do diálogo
2ª pessoa no Presente do Indicativo termina em -s (cantas, corres, pões, trazes, repartes, cais, constróis, imbuis).
Como é uma regra fácil, a primeira que aprendemos, usamos a generalização desta regra como estratégia para facilitar o trabalho da dfícil conjugação verbal. 
Mas, há sempre um "mas", não resulta para o Pretérito Perfeito: cantaste, correste, puseste, trouxeste, repartiste, caíste, construiste, imbuiste, foste.
Prescrição: Vamos generalizar a regra do -ste final nas formas da 2ª pessoa, no Pretérito Perfeito.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Sobre net-etiqueta

DEVO FORWARD.AR ESTE MAIL?

A era digital traz-nos uma imensidade de mensagens. Quantidade de informação nunca antes imaginada, nem mesmo imaginável.

Quantas mensagens destes emails nos interessam? Quantos emails mesmo não caem no domínio de inoportunos, indesejáveis, impertinentes, que engarrafam o net-trânsito, são contraproducentes à info-inclusão?


Uma mensagem tem um destinatário, uma finalidade, um contexto, e deve pesar factores como o momento, o espaço, a inter-relação entre o emissor e o receptor...

Muitas vezes temos mensagens de gente conhecida. 

Outras de totais desconhecidos, acobertados ainda sob nomes falsos -- que não são os heterónimos de um Pessoa, nem nada assim criativo. Nem mesmo quando denunciamos que se trata de spams, isso nos põe a salvo dessa invasão.

Mesmo as de gente conhecida nem sempre nos interessam. Porque não? Estão  neste caso as mensagens em massa - as bulk. Os nossos amigos, conhecidos, colegas, amigos, colegas de outros-- que os receberam e foram induzidos a retransmitir.

Obedientes, num mundo que nos faz cada vez mais querer ser inclusivos, respondemos reflexivamente mas não reflectidamente. Tal como na experiência de Pavlov.

Vamos pensar: esta mensagem interessa-me mesmo? Deveria eu tê-a recebido? Devo retransmiti-la?

(2009-10)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Doctor grammaticus ou coisas que me perguntam

São respostas a perguntas sobre coisas da língua  que, ao longo dos anos, tenho vindo a "acumular".  Originalmente foram escritas(melhor, rabiscadas) em curiosos suportes, dos tradicionais aos de última geração. Anotações feitas no livro que estou a ler, na agenda, na nota de compras, no bilhete de transporte (comboio, metro, elétrico, barco, autocarro). Das respostas mais elaboradas, feitas por email, escolho ao acaso. Vai aí a primeira, de 10/1/2011:
P. Escreve-se "junto em anexo" ou "em anexo"?
 R. Em princípio, se (guiando-me pela 1ª impressão) considerar que "anexo" é  Adjectvo, há uma redundância -- repetição desnecessária, logo indesejável no registo escrito.
No entanto, na língua nem tudo o que parece é: assim podes fazer o teste do contraste:
1a. Junto em anexo =distingue-se de "junto inline". 
2a. significa (EU) "acrescento anexo", ié, distinguindo-se pois de "junto inline"?
 
Mas podes fazer mais: testa as categorias Subst e Adj:
1ª Junto (Verbo) +em+ anexo (substantivo). Melhor é determinar: 2ªJunto (Verbo) +no anexo (substantivo)/ 3ª Junto (Verbo) +o anexo (substantivo)/4ª Veja (Verbo: nota o tom apelativo) +o anexo(substantivo)
5ª Segue  (Verbo) + anexo (Adjectivo) (Melhor forma que "em anexo").
6ª Segue (Verbo) +o anexo (substantivo)
Portanto para bem escolheres pensa qual a categoria que estás a usar: Subst ou ADJ?
- Substantivo: documento que se incorpora a outro, principal. (a sua sintaxe exige determinação (o anexo), no bom pt"
 
Adjectivo: aquilo que se junta. ( no bom pt, o Adjectivo não se constrói com a preposição "em")
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