sexta-feira, 4 de março de 2016

EUA: Melhor passada na corrida presidencial

EUA: Melhor passada na corrida presidencial

Posso!

A eleição presidencial nos Estados Unidos tem, sobretudo neste(s) último(s) decénio(s), vindo a despertar a atenção global, como demonstrado no foco mediático sobre a corrida à Casa Branca em 2008. É certo que um presidente escolhido pelos cidadãos globais, logo, investido de poderes para controlar (ditatorialmente) ou supervisionar (democraticamente) o planeta, o presidente da Terra criado pela ficção científica, ainda não existe (depende de nós, cidadãos do planeta global, que nunca exista). Embora sejam os cidadãos americanos a fazer a escolha do seu presidente – democraticamente, tal como escolhemos o nosso presidente, nós cidadãos de países como, digamos, a França (sistema presidencialista semelhante ao dos EUA) ou Cabo Verde (no sistema semipresidencialista) –, a verdade é que, diferença de regimes à parte, há uma enorme diferença, de vulto. Os Estados Unidos da América, como primeira potência global, têm uma responsabilidade que ultrapassa os limites do seu território. Quer queiramos quer não, a política americana não é alheia a muitas das decisões políticas que afetam a vida dos cidadãos na maior parte dos países.

O introito parece necessário para explicar o silêncio sobre o que se passa em casa própria e o porquê do interesse em acompanhar os lances do drama sociopolítico, a apresentar em episódios, durante quase um ano inteiro: a corrida à Casa Branca.
O episódio desta semana localizou-se em dois estados, Iowa e New Hampshire e resume-se assim: o republicano Donald Trump (Iowa) e o democrata Bernie Carson venceram as primárias. Para quem perdeu alguns dos episódios, foi a surpresa total: Então e a Sra. Clinton? Pergunta ociosa a que responderam com um encolher de ombros os que viram os episódios anteriores. Mas estes não escondem a surpresa perante a larga margem das vitórias, de dois concorrentes que se colocam como representantes contra o sistema político vigente? Algo na linha das novas correntes anti-sistema que vimos avançar a passos largos na Grécia, onde até chegaram ao governo (embora no dia seguinte o líder tenha mudado o discurso e a política), na Espanha e de certo modo Portugal nas mais recentes eleições?
Porque é que estão a avançar? Por dizerem o que as pessoas querem ouvir, analisam os comentadores. O planeta mediático apoda-os de populistas e prevê que são uma vaga – poderosa mas passageira. Mas… e se der lugar a algo ainda desconhecido, como uma terceira candidatura forte, a do anterior presidente de N.York, Michael Bloomberg, que ainda não se posicionou?
Por mais provisórios que sejam estes resultados, certo é que já fizeram soar a trompa de Rolando: Olha os teus republicanos, Cruz, a desviarem-se para o Trump! Olha lá, Hillary, que o Bernie está com melhor passada e os fiéis democratas estão a dançar com ele!


Legenda(alternativa): Presidente da Terra, sobre criação de Michelangelo.

15/2/2016