sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Finlândia: PM sujeita-se a teste de despiste de drogas depois de festa em casa — 66% desaprovaram 24 agosto 2022 O teste de urina realizado, no dia 19, à primeira-ministra Sanna Marin, após insinuações desabridas nos social-media, "deu negativo" a cocaína, anfetamina, canábis e opióides, segundo comunicado da chefia de governo. A despistagem de droga tornou-se necessária — "para dissipar toda e qualquer suspeita de uso de drogas, que nunca usei", disse Sanna Marin — depois que uma série de imagens da festa privada na casa da governante suscitou uma onda de críticas.
A primeira-ministra em conferência de imprensa já tinha admitido que durante a festa de amigos em sua casa tinha bebido álcool, mas negou ter consumido "quaisquer drogas", que "nunca usei nem na minha primeira juventude". Igualmente negou que algum dos seus amigos e celebridades, presentes na festa, tivesse consumido substâncias proibidas em sua casa. Não é a primeira vez que Sanna Marin, eleita em dezembro de 2019 e a mais jovem primeira-ministra a nível mundial, é criticada pelas festas. A primeira foi na residência oficial Kerasanta, em Helsínquia em abril de 2020 e levantou uma onda de críticas a pretexto das medidas anti-Covid-19 (na mesma linha do que aconteceu ao primeiro-ministro britânico Boris Johnson). A culpa é do fotógrafo? Sobre uma festa há um mês, também na casa oficial da capital divulgou-se esta semana a foto de duas convidadas de busto nu a taparem os mamilos com a miniatura duma bandeira nacional. "Infelizmente, alguém fez essa foto. Essa foto nunca devia ter acontecido", reagiu a governante candidamente. "Mãe pode atuar como adolescente mas governante não" Nas redes sociais, a polémica corre sem brida há mais de uma semana. Uns dizem "Não vejo nada de mal". Há quem a condene por "festejar como uma adolescente sendo ela mãe". Outros condenam a governante do país. E há os que a defendem. Outros lembram que a democracia é isto mesmo: o povo decide o que está certo e não. "Quem acha que a primeira-ministra não pode festejar assim, pode votar contra ela nas próximas legislativas". "Foi um grande erro", dizem 66% Uma sondagem encomendada pela cadeia nacional MTV3 mostra que dois em três finalndeses reprovaram a atitude da primeira-mininstra quando, em dezembro último, esteve numa festa e dançou "até ao amanhecer" após ter estado exposta à Covid-19. O mesmo número dos que aprovaram em abril de 2020 o apertão que o novo governo sob sua liderança deu à Suécia, país que se destacou pela polémica da "imunidade natural". Em 8 de abril de 2020, a Finlândia mandou fechar, por mais de um mês, até ao dia 13 de maio, as fronteiras com o vizinho, que justificava assim: "A República finlandesa considera indispensável que o Reino da Suécia dê instruções ao seu pessoal do setor da Saúde para a sua efetiva proteção e faça testes adequados ao coronavírus". Na lista mundial dos mais jovens chefes de governo, grata ao sistema de ensino A eleição de domingo 8-12-2019 que deu a vitória aos sociais-democratas abriu caminho para a ex-ministra dos Transportes, Sanna Marin, chegar à primatura como a primeira-ministra mais jovem da história da Finlândia e ingressar na lista mundial dos mais jovens chefes de governo. "Nunca me preocupei com o facto de ser mulher e jovem. Penso que mostrei ao eleitorado as razões para eu estar na política; e foi isso que nos fez ganhar a sua confiança", disse na noite da vitória. A política social-democrata tomou posse três dias depois, num governo de coligação de cinco partidos liderados por mulheres jovens (só uma tem mais de 34 anos). A ascensão de Sanna Marin no Partido Social Democrata deveu-se à demissão, uma semana antes, de Antti Rinne, enfraquecido por uma greve de funcionários dos correios que lhe fez perder a confiança do Partido do Centro. Presidente do PSD desde 2014, o antigo sindicalista Rinne chefiou o governo finlandês em coligação durante seis meses. Sanna Marin, duma "família pobre" e que se diz "grata ao sistema de ensino nacional que dá oportunidades iguais a todos", é a terceira primeira-ministra da República da Finlândia, país que elegeu uma presidente, Tarja Halonen, entre 2000 e 2012, e foi pioneiro na Europa no direito de voto às mulheres em 1906. ... Fontes: BBC/Le Monde. Fontes históricas. Relacionado: Finlândia: Sanna Marin, 34 anos, eleita primeira-ministra do país pioneiro no direito de voto das mulheres, socialista e capitalista, 10.dez.019; Fotos (Getty/Reuters/Twitter): Elogiada pelo desempenho diplomático-político da adesão à Nato perante a ameaça russa na fronteira comum. Criticada pelas festas, a primeira-ministra na 6ªfª 19, à beira das lágrimas: "Sou só um ser humano". Pela descontração na foto, num festival de rock há um mês, foi elogiada. Foto-montagem das cinco governantes em dezembro 2019 (no sentido dos ponteiros do relógio): a primeira-ministra mais jovem da história da Finlândia, Sanna Marin, 34 anos, do PSD; Li Andersson, da Aliança de Esquerda, e Katri Culmuni, do Partido do Centro, ambas com 32 anos; Maria Ohisalo, do Partido dos Verdes, e Ana-Maja Henriksson, do Partido do Povo Sueco da Finlândia, respetivamente com 34 anos e 55 anos.
Moçambique : Seguradora recusa indemnizar por "pior acidente no país" com 62 vítimas, 32 mortais 23 agosto 2022 A seguradora EMOSE está a avançar com um recurso para evitar cumprir o que no dia 13 decidiu o tribunal: pagar uma indemnização às famílias das vítimas do acidente de autocarro que matou 32 pessoas e deixou outras 30 feridas. Em conferência de imprensa, um dirigente da seguradora explicou que a falta de pagamento por parte da transportadora Nhancale levou à anulação da apólice de seguro. Moçambique : Seguradora recusa indemnizar por "Não tendo a transportadora a fração que venceu em novembro de 2020, o contrato de seguro ficou nulo. Significa que, não tendo sido paga a última prestação, já não havia contrato", disse Benedito Manhiça, administrador da área técnica operacional da Emose. Na semana passada, o Tribunal Judicial do Distrito da Manhiça, na província de Maputo, condenou a seguradora e a transportadora Nhancale ao pagamento de 33 milhões de meticais (56 milhões CVE) aos familiares das vítimas do sinistro. O tribunal atribuiu a culpa da tragédia ao motorista — que capotou ao fazer uma ultrapassagem irregular e embateu num de dois camiões —, pelo que o condenou a um ano e oito meses de prisão, convertidos em multa.
Pior acidente O acidente rodoviário, considerado o mais grave de sempre registado em Moçambique, ocorreu em 3 de julho do ano passado em Maluana, no distrito da Manhiça a cerca de cem quilómetros de Maputo. A tragédia teve lugar na Estrada Nacional N.º 1, que liga a cidade da Beira à capital. Inquérito atrasado A Comissão formada de imediato para investigar o acidente tem vindo a ser criticada por não apresentar resultados. Os seus membros são: José Estêvão Muchine, Juiz Conselheiro Jubilado do Tribunal Administrativo – Presidente; os engenheiros Lo Kam Chong (do Colégio da Engenharia Mecânica) e Domingos Guiamba (do Colégio da Engenharia Civil), todos da Ordem dos Engenheiros de Moçambique; Mário Jacobe, da Ordem dos Médicos de Moçambique; e Alexandre Nhampossa, da Associação Moçambicana para Vítimas de Insegurança Rodoviários. ... Fontes: noticias.mo.mz/odia.mz. Fotos: Autocarro da tragédia. EN1, com 2477 km de extensão, é a maior e mais importante rodovia moçambicana, pois liga seis capitais provinciais — Maputo, Xai-Xai, Maxixe/Inhambane, Nicoadala/Quelimane, Nampula e Pemba — e dá acesso a todos os grandes portos (Beira, Pemba, Maputo-Matola, Nacala e Quelimane) e liga os caminhos de ferro de Ressano Garcia, Goba, Limpopo, Machipanda, Sena e Nacala.