sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ribeira de Penedo.Marcas dos Dias

Ribeira de Penedo.Marcas dos Dias

Verdadeiras marcas. Porque foram intencionalmente gravadas. Por quem? Com que intenção? Teremos um dia a resposta definitiva?
Respostas já há muitas. Para os habitantes, como nha Bia, o que é certo é que a pedra sempre lá esteve. Ta ben xkorrose, el ta levá tude pedra, so kel lá nunka el pude leva-l.
Se nunca o pôde levar, ao penedo, vai ser cada vez mais impossível, agora que lhe construiram um muro-pedestal e lhe tornaram legíveis as incisões, originalmente da cor da pedra. O silicone (palavra que em 2009 faz 200 anos e que o corrector Windows insiste que é fem., como no francês seu primeiro étimo) sublinha hoje o que outrora só se lia ao pé e com dificuldades maiores.
Protecção e visibilidade. Se isto não se transformar em maior vulnerabilidade: já há mais marcas, tentativas que não passam de garatujas de adolescentes em mare própria de busca de identidade, visibilidade… Tentames porque a pedra é dura e pensemos como um marinheiro, armado de um tosco canivete, como lograria ele gravar na pedra dura? Ou, então, viria já armado de conveniente aparato para a escrita na pedra – um duro estilete metálico. O que quer dizer que viria já preparado, talvez até porque uma das suas funções era precisamente essa: gravar na pedra, na terra vinda de achar, para memória futura. Tudo, pois, seria feito intencionalmente – tão dificeis inscrições.
Respostas mais: que é latim, diz um homem, dum grupo que por cá anda para cima para baixo numa manhã alta. Que é fenício, aventaram especialistas e uma alta autoridade aproveitaria a deixa para embelezar o discurso em dia de inauguração, fazendo-nos ver nautas emissários de Dido, em busca de especiarias no Oceano, além das colunas de Hércules.
Veramente. Existe. Disco Verão azul. Vera nas pedras, penedos da Ribeira de Penedo. Da Saudade, fica noutra ribeira maior, a do Mondego. Aqui a Saudadade mora no nome do Lombo.

Lombo da Saudade. É no pós-Sinagoga. Não há como não se interrogar se não será nome recente, o marketing a apontar, despontar, por aqui.
A saudade pela perda de um ente querido.
Um filho perdido na Praia. Blimunde, imolado, para que o Menino-Teseu possa ascender. Longe de mitos, presente é a dor que lhe trouxe a cidade cruel. Lá onde ela nunca esteve nem nunca quererá ir. Já visitou dois continentes chamada por filhas e primos. A Praia não, que el bebe-l se sangue, ma ses ose ele ene kme-l. M mandá ba beske-l i M interrè-l la na Rebera de Janela. A C era se nome.
Era Maio e as maias...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Fernando Pessoa como bem de interesse nacional

O Conselho de Ministros de Portugal aprova a 30/7/2009 o
Decreto que classifica como bem de interesse nacional o espólio documental de Fernando Pessoa
Este Decreto procede à classificação do espólio de Fernando Pessoa como bem de interesse nacional, denominando-o «tesouro nacional».

É o reconhecimento do interesse cultural - a nível histórico, linguístico, documental e social - do espólio pessoano. Este é constituído pela obra que produziu Fernando Pessoa - desde livros impressos, manuscritos à espera de edição, folhas e notas soltas - bem como por tudo o que leu, incluindo as anotações, sublinhados e outras marcas autógrafas que documentam as suas reacções de leitor.

«tesouro nacional»: o legado de Fernando Pessoa reflecte "valores de memória, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade e exemplaridade". Com esta classificação recebe o espólio a forma de protecção mais elevada conferida a bens culturais móveis.