terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Viagens

VIAGENS DE PALAVRAS
1. Hoje sobre...KATAMARÃ
INFERE-SE que seja um estrangeirismo como kart (anglicismo), karaté (do japonês, crê-se) e não uma palavra da língua materna/nacional, como carpinteiro, carta. Por isso há muitos que não escrevem, como devem, catamarã. Esta a palavra, na língua tâmul, que se escreveu pela primeira vez, em língua ocidental, para designar a embarcação de pouca boca e grande comprimento usada nos mares do sul da Índia. A primeira abonação, catamarão, é de 1687, quando o Padre Fernão de Queirós publica o livro Conquista de Ceilão, sobre a sua missionação na terra que Camões chamou Taprobana, o actual Sri Lanka. Do português, a palavra terá passado ao francês, onde a primeira abonação, catimaran, é de 1699, que terá passado ao inglês. Hoje tanto em inglês como em francês escreve-se catamaran.
Pelas mesmas razões que justificam que se “deve” escrever catamarã ou catamaran, nas línguas europeias, justifica-se que em línguas que começam agora a ser escritas, como o bahasa indonésio, o malaio, etc. ou nas línguas que começam a fazer uma adaptação ao alfabeto latino e além disso, procuram estabelecer uma relação tanto quanto possível, biunívoca entre fonema e grafema, se siga coerentemente o princípio de que a letra k represente o som k, que no português temos representado pelos grafemas (ou: letras) c, k e qu, tal como aliás no francês e no inglês, onde existe mais um dígrafo, o ch, para representar esse som oclusivo velar (chronique, chronicle)8.5.008

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