segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O erro vê-se mais

É em Portugal, é em Cabo Verde, é na CPLP, é da América – chegam-me a espaços ecos da perplexidade de quem lida com a aprendizagem e a necessidade de comunicar. Esses ecos em comunicação interpessoal alargam-se a outras instâncias, a outros média: gente do ensino, da Comunicação Social, da Medicina, de áreas as mais diversas do Saber e Engenho e Arte humanos, do vulgo mais ou menos ignaro, que diz que hoje a Escola não ensina a escrever.
Espantam-se com os erros de português que os alunos / estudantes, professores, políticos, escritores, jornalistas, dirigentes e dirigidos…De viva voz e em letra redonda ou formatted, em público e em espaços mais privados.
Nunca se viu tanto erro – dir-se-ia. O problema – como diria um antigo professor ainda na Universidade de Lisboa – é que hoje vêem-se mais.
E se se vêem mais justifica-se a atitude de olhar para ver… com atenção e duvidando e … acreditando que um dia estas leiras de terra …de língua serão nossas também, que teremos gosto em aprender, que saberemos que é importante ter a atitude humilde de só sei que nada sei…e sem que no entanto isso nos faça ser humilhados. Humildes mas nunca Humilhados.


São erros de concordância, são silabadas, são o início respeitoso e o fim em estilo familiar, até de compincha. Ou viceversa.
Te amo, você ouviu? Venho solicitar que tu...
Foram decerto coisas que sempre se disseram – onde? – mas que nunca se escreveram. Veja-se o Machado de Assis, ou, mais extremado, o Evaristo de Almeida a fazer a sua mulher de papel dizer um Vós que até já não estava em uso; e curiosamente ele tinha consciência disso pois o narrador (que não há nenhuma razão para não suspeitarmos ser o autor) diz que elas, personagens, diziam as coisas com um outro sabor…

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