China poderosa no espaço: 3 regressam da estada mais longa na estação espacial Tiangong
Este sábado de Páscoa, três astronautas do projeto Tiangong regressaram à Terra ao fim de 183 dias no espaço. É a mais longa missão tripulada da China ambiciosa de ser a próxima potência espacial.
A TV estatal, CCTV, transmitiu em direto do deserto de Gobi, na região norte da Mongólia Interior, a chegada às dez e meia (menos 09 H em Cabo Verde) da cápsula espacial Shenzhou-13 com os astronautas Zhai Zhigang e Ye Guangfu, e a astronauta Wang Yaping.
Os três astronautas — resgatados de helicópteros do local de pouso, por entre uma nuvem de poeira — afirmaram que estão "a sentir-se otimamente", neste seu regresso depois de passarem seis meses no módulo central Tianhe/Harmonia do Céu, da estação espacial chinesa Tiangong.
Marcos da missão
Para a história regista-se que Wang Yaping — de 42 anos e piloto de transporte militar — é a primeira chinesa a realizar uma caminhada espacial. Treze anos depois do primeiro chinês, precisamente Zhai, hoje com 55 anos.
Zhai, que comandou esta missão, é um ex-piloto de caça. Ye, de 41 anos, é também piloto militar.
Nos seis meses em órbita, desde outubro, o trio completou duas caminhadas espaciais, realizou inúmeros experimentações científicas, montou equipamentos e testou tecnologias para futuras construções.
Também deixam preparados as instalações e equipamentos da cabine para a tripulação do Shenzhou-14, previsto para ser lançado nos próximos meses.
Eles foram a segunda das quatro missões 2021-2022 enviadas para montar a primeira estação espacial permanente chinesa, Tiangong/Palácio celestial.
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O trio também lecionou a primeira aula transmitida da estação espacial. Os alunos que assistiram vão poder em breve ter acesso aos materiais utilizados nessa videoaula.
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As ambições espaciais da China traduzem-se já em biliões de dólares que colocou no programa espacial militar, com esperanças de ter uma estação espacial permanentemente tripulada até o final deste ano.
É inevitável a colisão com os interesses da primeira potência, que proibiu a NASA de cooperar com o rival. Isso foi logo em 2011 — o ano do lançamento do projeto Tiangong, cujo primeiro módulo virou notícia quando "caiu descontrolado em 03 de abril de 2018, no Pacífico Sul".
A segunda maior economia — com planos de igualar-se aos EUA e Rússia, que têm décadas de experiência em exploração espacial —tem o objetivo imediato de construir uma base na Lua, e a Administração Espacial da China conta lançar uma missão lunar tripulada até 2029.
Nesse contexto competitivo, a China não tem planos para usar a estação espacial em cooperação global na escala da ISS, mesmo se diz estar aberta à colaboração estrangeira. Mas sem precisar como e até onde pode ir essa cooperação.
Fontes: Xinhua/ STR/AFP/ABC/ Fotos: Xinhua/arquivo
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