quinta-feira, 11 de janeiro de 2018
Famosa cantora brasileira que trocou Hino Nacional diagnosticada com labirintite 08 novembro 2020
(1ª publicação: https://www.asemana.publ.cv/?Famosa-cantora-brasileira-faleceu-aos-73-anos-em-lar-de-idosos-Trocou-Hino-por-labirintite 08 novembro 2020
Os filhos anunciaram a morte por insuficiência respiratória hoje (domingo, 8) da cantora Vanusa, que fez parte da famosa Jovem Guarda, banda dos anos de 1970. Segundo Marcos e Aretha, a mãe sofria de complicações pneumónicas e estava há dois anos na casa de repouso que se tornou a sua última residência, no litoral paulista.
Várias pessoas, entre celebridades e fãs da cantora, reagiram emocionadamente à notícia, publicada nas primeiras horas da manhã de domingo, através das redes sociais.
A carreira de Vanusa ficou marcada desde 1967 pela participação na Jovem Guarda, que tem em Erasmo Carlos, Wanderléa e Roberto Carlos os seus mais destacados representantes.
A Jovem Guarda não se coibia de misturar os ritmos populares nacionais com influências internacionais, ao contrário do movimento Tropicália que se identifica mais com a MPB-Música Popular Brasileira, o mais influente movimento musical do Brasil representado por nome como Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso...
A provar o heteroclitismo de Vanusa está que entre os seus mais de 20 discos — com vendas que atingiram os três 3 milhões de cópias — constam adaptações de hits do disco-sound, rock and roll, blues...
Labirintite no Hino
Em 2009, aos 61 anos, a prestigiada cantora protagonizou um momento retumbante ao trocar as letras do Hino.
"Eu ia cantar o Hino Nacional, mas tenho labirintite. Antes de ir para a Assembleia, eu (...) tomei dois comprimidos de Vertix (...). Quando comecei a cantar, deu um estouro no meu ouvido e eu não conseguia concatenar a voz com o que eu estava lendo. Eu não enxergo direito. Eu fui caindo e me pegaram", explicou a cantora.
Atacada pelos mass-media e social-media que a acusaram de embriaguez, a cantora pediu na justiça que se limpasse o seu nome.
Sob o efeito da Labirintite ou não, há uma certeza: bem difícil é o texto do hino, com a sua sintaxe alatinada (veja que no 1º verso, o sujeito aparece no fim — após o verbo e o complemento), o seu léxico rico e rebuscado lábaro, flâmula, como sinónimos de bandeira). Exemplos destacados a negrito.
Confira: Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/De um povo heroico o brado retumbante,/E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,/Brilhou no céu da Pátria nesse instante,/Se o penhor dessa igualdade/Conseguimos conquistar com braço forte,/Em teu seio, ó, Liberdade,/Desafia o nosso peito a própria morte!//Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!/Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,/De amor e de esperança à terra desce,/Se em teu formoso céu, risonho e límpido, /A imagem do Cruzeiro resplandece.//Gigante pela própria natureza,/És belo, és forte, impávido colosso,/E o teu futuro espelha essa grandeza.//Terra adorada, Entre outras mil,/És tu, Brasil, Ó Pátria amada!/Dos filhos deste solo és mãe gentil,/Pátria amada, Brasil!/Deitado eternamente em berço esplêndido,/Ao som do mar e à luz do céu profundo,/Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do novo mundo!/Do que a terra mais garrida/ Teus risonhos lindos campos têm mais flores,/"Nossos bosques têm mais vida"/ "Nossa vida" no teu seio "mais amores".//Ó Pátria amada, / Idolatrada, Salve! Salve!/Brasil, de amor eterno seja símbolo/O lábaro que ostentas estrelado,/E diga o verde-louro dessa flâmula/"Paz no futuro e glória no passado"./Mas se ergues da justiça a clava forte,/Verás que um filho teu não foge à luta,/Nem teme, quem te adora, a própria morte.
A melodia de 1822, do compositor Francisco Manuel da Silva, só quase 90 anos depois teve letra, do poeta Osório Duque-Estrada que a escreveu em 1909. Mas só em 1922 o presidente Epitácio Pessoa declarou-o por decreto Hino Nacional!
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