Críticos 10%: a questão acentual!
«A generalidade das palavras tem um segmento, a sílaba, que se pronuncia com maior intensidade de que os seus vizinhos. Ao fenómeno da intensidade damos o nome de acentuação, sendo designado como acentuado (ou tónico) o segmento que comporta o acento prosódico ou seja, tem intensidade maior do que a dos outros segmentos não-acentuados (ou átonos, ou ainda, inacentuados). Nota-se que embora prosodicamente (isto é, fisicamente) se possam encontrar vários graus de intensidade, em português apenas se distingue, funcionalmente, entre segmentos acentuados (ou tónicos) e não-acentuados, isto é, entre a presença e a ausência do acento, o que significa que existe apenas um acento prosódico. Noutras línguas, por exemplo o alemão (...), pode-se falar em acento principal e um ou mais acentos secundários.» (Lima 2002: 7.02)
Se na oralidade quotidiana, a questão dos acentos não parece tão evidente, as dúvidas surgem quando chega a hora de escrever com correção: Devo ou não acentuar "estatu-i-do"? e "ensa-ista"? São os tais dez por cento de palavras que no português exigem de quem escreve um esforço de adaptação. Aliás, demonstra-o a história da língua (assunto a que voltaremos em outra oportunidade).
Procurando orientar para o domínio desta área crítica da língua que é a acentuação, aqui vão duas regras:
«A generalidade das palavras tem um segmento, a sílaba, que se pronuncia com maior intensidade de que os seus vizinhos. Ao fenómeno da intensidade damos o nome de acentuação, sendo designado como acentuado (ou tónico) o segmento que comporta o acento prosódico ou seja, tem intensidade maior do que a dos outros segmentos não-acentuados (ou átonos, ou ainda, inacentuados). Nota-se que embora prosodicamente (isto é, fisicamente) se possam encontrar vários graus de intensidade, em português apenas se distingue, funcionalmente, entre segmentos acentuados (ou tónicos) e não-acentuados, isto é, entre a presença e a ausência do acento, o que significa que existe apenas um acento prosódico. Noutras línguas, por exemplo o alemão (...), pode-se falar em acento principal e um ou mais acentos secundários.» (Lima 2002: 7.02)
Se na oralidade quotidiana, a questão dos acentos não parece tão evidente, as dúvidas surgem quando chega a hora de escrever com correção: Devo ou não acentuar "estatu-i-do"? e "ensa-ista"? São os tais dez por cento de palavras que no português exigem de quem escreve um esforço de adaptação. Aliás, demonstra-o a história da língua (assunto a que voltaremos em outra oportunidade).
Procurando orientar para o domínio desta área crítica da língua que é a acentuação, aqui vão duas regras:
- A penúltima sílaba, que por definição é a prosódica (ou pronunciada), geralmente não tem acento gráfico.
- As excepções à regra do acento, essas, sim levam o acento gráfico: a sílaba oxítona (aguda) e a proparoxítona (esdrúxula). Para compreender melhor o assunto, costumo conduzir a uma comparação de como se comportam as línguas-irmãs do português. Hoje vou limitar-me a comparar com o espanhol:Observamos que a ortografia nesta e naquela língua parece que dita regras opostas. Senão, vejamos:-. O sufixo espanhol -"(e)ncia" tem a mesma prosódia que o seu equivalente português "-(ê)ncia". Apenas diferem na ortografia (acento gráfico sobre a tónica, no português). Exemplos: consta
ncia/constância, ciencia/ ciência,os nomes próprios iguais nas duas línguas: García/Garcia, María/Maria, etc. -. Contrariamente, o sufixo espanhol acentua graficamente o sufixo "-ía" que tem a mesma prosódia que o seu equivalente português "-ia" (sem acento gráfico sobre a tónica). Exemplos: os nomes próprios iguais nas duas línguas: García/Garcia, María/Maria, etc.
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