EUA: Melhor passada na corrida presidencial
Posso!
A eleição presidencial nos
Estados Unidos tem, sobretudo neste(s) último(s) decénio(s), vindo a despertar
a atenção global, como demonstrado no foco mediático sobre a corrida à Casa
Branca em 2008. É certo que um presidente escolhido pelos cidadãos globais,
logo, investido de poderes para controlar (ditatorialmente) ou supervisionar
(democraticamente) o planeta, o presidente da Terra criado pela ficção
científica, ainda não existe (depende de nós, cidadãos do planeta global, que nunca
exista). Embora sejam os cidadãos americanos a fazer a escolha do seu
presidente – democraticamente, tal como escolhemos o nosso presidente, nós
cidadãos de países como, digamos, a França (sistema presidencialista semelhante
ao dos EUA) ou Cabo Verde (no sistema semipresidencialista) –, a verdade é que,
diferença de regimes à parte, há uma enorme diferença, de vulto. Os Estados
Unidos da América, como primeira potência global, têm uma responsabilidade que
ultrapassa os limites do seu território. Quer queiramos quer não, a política
americana não é alheia a muitas das decisões políticas que afetam a vida dos
cidadãos na maior parte dos países.
O introito parece necessário
para explicar o silêncio sobre o que se passa em casa própria e o porquê do
interesse em acompanhar os lances do drama sociopolítico, a apresentar em
episódios, durante quase um ano inteiro: a corrida à Casa Branca.
O episódio desta semana localizou-se
em dois estados, Iowa e New Hampshire e resume-se assim: o republicano Donald
Trump (Iowa) e o democrata Bernie Carson venceram as primárias. Para quem
perdeu alguns dos episódios, foi a surpresa total: Então e a Sra. Clinton? Pergunta
ociosa a que responderam com um encolher de ombros os que viram os episódios
anteriores. Mas estes não escondem a surpresa perante a larga margem das
vitórias, de dois concorrentes que se colocam como representantes contra o
sistema político vigente? Algo na linha das novas correntes anti-sistema que vimos
avançar a passos largos na Grécia, onde até chegaram ao governo (embora no dia
seguinte o líder tenha mudado o discurso e a política), na Espanha e de certo
modo Portugal nas mais recentes eleições?
Porque é que estão a avançar?
Por dizerem o que as pessoas querem ouvir, analisam os comentadores. O planeta
mediático apoda-os de populistas e prevê que são uma vaga – poderosa mas
passageira. Mas… e se der lugar a algo ainda desconhecido, como uma terceira
candidatura forte, a do anterior presidente de N.York, Michael Bloomberg, que
ainda não se posicionou?
Por mais provisórios que sejam
estes resultados, certo é que já fizeram soar a trompa de Rolando: Olha os teus republicanos, Cruz, a desviarem-se
para o Trump! Olha lá, Hillary, que o Bernie está com melhor passada e os fiéis
democratas estão a dançar com ele!
Legenda(alternativa):
Presidente da Terra, sobre criação de Michelangelo.
15/2/2016
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