terça-feira, 24 de outubro de 2023

Mais sobre sintaxe na referenciação espacial

Nota linguística: A Internet não regista a exiostência de uma terreola chamada França. É a referida na 1ª linha do 'lead':("uma mulher, natural de França e residente em Vila Verde". A net tão-pouco regista a existência de um substantivo comum "frança". Por insignificante que seja em termos económicos e ou administrativos, o topónimo luso "França" (ou "frança"?) determina a sintaxe portuguesa do país hexagonal. como mostram as frases sem determinante artigo "Vou para França."; "Moro em França", "Foi emigrante em França". (Assim, em Portugal, o nível padrão da língua não é aceite a construção com determinante artigo:*Vou para a França. *Foi emigrante na França", etc. (Mais no blog scientiaet poesia.blogspot. MLL Norte e centro de Portugal: Burlonas lesaram ourives em 89 mil euros, clientes alcoolizados em 24 mil, arrendatários em cauções e rendas O jornal do Minho noticia hoje que "uma mulher, natural de França e residente em Vila Verde", freguesia a dez quilómetros de Braga, burlou ourives em oitenta e nove mil euros em ouro que afirmava serem prendas para a avó de 100 anos. Esta e outras burlas insólitas cometidas por mulheres estão em julgamento em tribunais da região norte e em Lisboa. Em Paços de Ferreira, a menos de trinta quilómetros de Braga e Porto, a dona de um bar de alterne burlou clientes alcoolizados em 24 mil euros. Pelo menos quatro clientes, o número dos que apresentaram queixa, foram enganados ao pagarem consumos no terminal multibanco do estabelecimento. A jovem, com 24 anos de idade, revelou-se "uma grande empreendedora", comenta-se com alguma admiração que sobressai mais que a ironia. "Escolhia quem estivesse tão alcoolizado que não podia conferir os valores", introduzia mais um dígito. Constata-se que vai ser difícil a prova em tribunal. "Não há faturas. Ela alega que pagavam o consumo conforme a hora. Às zero horas era um preço, depois o preço aumentava ao longo da noite, às seis da manhã atingia o máximo". Outra burlona navegou a onda da crise habitacional que atinge Portugal. A mesma onda que levou milhares às ruas neste início de outono do descontentamento. O Ministério Público da 3ª secção do DIAP da comarca de Lisboa está a investigar o caso das burlas de arrendamento em que uma mulher responde por oito burlas qualificadas, num montante de 17 mil euros. Através de anúncios online, a ré de 22 anos denunciada o ano passado oferecia quartos e apartamentos. Os clientes tinham de pagar adiantado, sob forma de cauções e rendas. e no fim descobriam que não havia nem apartamento, nem sequer um quarto. O tribunal deu por provado que, assim que a transferência era feita, a ré não mais voltava a contactar os supostos arrendatários. "Nunca esteve presente na visita agendada ao imóvel" -- que existia, "mas não lhe pertencia". {{Reincidente}}. O Ministério Público da 3ª secção do DIAP da comarca de Lisboa destaca agora que a mesma arguida, residente em Torres Novas, a cem quilómetros de Lisboa, tinha sido "condenada por crimes semelhantes e condenada a uma pena de prisão de cinco anos, suspensa na sua execução". Uma busca online mostra que a arguida de novo sob investigação tinha em 2022 sido detida pela PSP de Lisboa e colocada em preventiva por burla ao pôr a arrendar na internet quartos que não lhe pertenciam. Segue-se a {{Nota linguística}} que mneste blog surge no início.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Literatura e Conhecimento das Comunidades Locais (2014)

Universal e Local - Diatopias do Conhecimento (Painel 5. Literatura e Conhecimento das Comunidades Locais) Resumo O contributo da literatura para o conhecimento das comunidades locais, campo de estudo ainda nascente, constitui um desafio na investigação para o desenvolvimento científico atual. Entre os pontos aqui analisados estão: i) A literatura (enformada pela língua) dá a chave para aceder ao Universal, porquanto resulta num complexo entretecido de uma sucessão de topoi, que são os locais, as “diatopias”; ii) Onde as outras ciências só agora começam a penetrar, a literatura tem estado presente desde os alvores da Humanidade; iii) Ousando afirmar o princípio de que somos feitos do pó das estrelas, avança-se para a ideia de que a essência da vida, em todas as suas formas, pede para ser compreendida, e esse apelo profundo dá lugar à investigação científica, a das Humanidades (ciências humanas e sociais) e a das Ciências, stricto sensu. 1. Conceitos em rede, ou limites da interpretação Literatura. Oratura. Esta que é mais conhecida na sua designação, mais antiga, de Literatura Oral, precede e abre o para dar resposta a perguntas sobre o Eu, construído nas suas suas interações com o Outro e o mundo. É a literatura, na sua forma oral, que avulta desde a primeira hora da Humanidade como instância mediadora do saber porque constituída por códigos (os literários) que, pela sua especificidade, possibilitam falar ocultamente de temas que moldam os comportamentos, as atitudes de toda uma comunidade submetida desde a infância aos modelos sociais. O criador-contador seja ele griot, cantautor ou só compositor de música, poema épico ou lírico, que fala dum eu íntimo ou dum herói coletivo, em texto oral ou escrito, está inserido numa comunidade da qual recebe inputs, influências, estímulos, que são matéria-prima a trabalhar na produção artística. Os temas que o contador de histórias vai escolher dependem das necessidades, ocultas ou expressas, surgidas na comunidade. Daí os temas que ensinam, pedagógicos antes de tudo porque há que ensinar as crianças a comportarem-se: a) Não cometas o pecado da gula, pois pode acontecer-te o mesmo que ao Ti Lobo (destituído do seu estatuto prestigiante de “mais velho” pelas derrotas sucessivas que lhe inflige o jovem “Chibinho” (que por natureza devia ser a presa, comida, ou seja, a parte mais fraca enquanto receptora do ensinamento provido pelo “mais velho”); b) Menina, comporta-te bem senão o Lobo engana-te/ come-te; c) Gestor familiar, sê previdente para não te faltar amanhã o que desperdiças hoje… 2. Literatura: rede entretecida O que é literatura? O que é conhecimento? Como é que estes dois conceitos se relacionam? É uma tarefa individual, mas exige a orientação de um par mais desenvolvido que ajude a caminhar em busca do conhecimento pleno que só a literatura permite, tanto nas idades míticas como na era atual, porque dois factores avultam no desenvolvimento dessa área do saber. Examinemo-los: a) Factor matéria-prima ou a língua na sociedade. Fenómeno cultural e biológico, a língua tem tanto de inato como de adquirido e só existe em sociedade (na família, interpares, na instituição…). Mas além disso constitui um fenómeno sui generis porque só exise em resultado do labor de um criador. b) Factor Ecologia. O contar, o cantar são atividades humanas através de um longo processo que resulta da atenção seletiva aos ritmos biológicos. A Literatura é também o resultado que diríamos ecológico da relação insituida entre biologia humana e cultura. Uma determinação que continua a influenciar a Literatura como área do conhecimento, pelos questionamentos e desenvolvimentos que as ciências despoletam, no seu incessante movimento. As vidas literárias ouso dizer são a vivência total, racional e emotiva, a “Logic and Imagination” que Einstein entreviu quando disse: “Toda a ciência não é mais do que o refinamento do pensamento quotidiano” ( tópico a ser retomado em 4.1.2). Emergindo num sistema pré-existente, em que se articulam a língua e a sociedade, a literatura tem tanto de universal como de local, de expressão individual como de voz coletiva mediada pelo criador-contador. Fruto de um dado telurismo, a primitiva literatura, a oratura, constitui o tesouro da coletividade onde emerge, antes de em tempos históricos passar a ser um produto, a literatura propriamente dita, com direitos de autor. 3. Ano 2014, um olhar em retrospecto Conhecimento do eu e do nós: mediação pelos códigos que navegam entre arte e ciência, imaginação criadora e pensamento conceptual. 4. Princípio do verbo 4.1. Auctoritas: o senhor da língua, a língua do senhor,… -quem detém a língua detém o poder: langue/parole 4.1.1. Literatura: a) A dimensão teleológica da criação literária versus b) liberdade - a arte produzida como: a). comunicação com fins específicos: educar os membros da sua sociedade para : adequação ao meio, a economia do meio, aos valores , logo a) =ação controladora visando a manutenção do ecossistema, a começar pela base, a família, até às novas formas de organização social (incluindo as redes sociais digitais, networks). b).expressão do Eu =liberdade 3.1.2. Arqueologia do oral versus Tempo das musas aprenderem a escrever Estudar a língua oral é o primeiro passo para a sua escrita, como demonstra a opção metodológica pelo oral presente em Saussure, que influenciou a metodologia das ciências sociais atuais. Na literatura, tudo começou mais cedo e a maior parte das línguas dos livros tiveram, antes de serem escritas, uma longa tradição oral. E se hoje os livros são acessíveis aos bolsos de todos, devido ao preço baixo permitido pela tecnologia atual e pelas novas formas da economia de escala, a verdade é que fruí-los tornou-se um luxo. 4.1.2.1. Cifrado ou criado, o sentido só é acessível aos iniciados Num espaço-tempo que é o da actualidade, a busca do sentido afigura-se como um esforço que poucos se aventuram a realizar. É uma tarefa individual, mas exige a orientação de um par mais desenvolvido, escritor e pedagogo em tempos diferentes na sua relação com o leitor, munidos de instrumentos e metodologias que a ciência vai instituindo e que a mesma ciência vai destituindo. Instituir e destituir, confirmar num dado momento e infirmar logo que surgem novos desenvolvimentos é o destino da ciência. 4.1.3.Tempo escultor e Pedagogo: condição necessária para o labor e o seu entendimento O tempo é condição necessária para o labor e o seu entendimento. Ler devagar exige tempo, um tempo produtivo, de aprofundamento do conhecido para atingir novos rumos. ´ 4. Diatopias 4.1. Centro de ontem resultado de um longo processo histórico que acompanha as evoluções e transformações nos vários domínios da vida das sociedades humanas ao longo do tempo. A passagem ao escrito dá-se por força da ocorrência de determinados fenómenos – tanto assim que ocorre em algumas sociedades e não ocorre em outras. Além disso, verifica-se que mesmo naquelas que desenvolveram a escrita e passando esta a desempenhar um papel central na organização do estado, muitas camadas da população ficaram de fora do processo. A democratização do acesso é um fenómeno dos nossos dias: só nos últimos cem anos os países mais avançados implementam o acesso universal. 4.2. Periferia de amanhã Quando se passa do oral ao escrito, historicamente, dá-se uma ruptura que muitas vezes tem conduzido a modificações nos sistemas de morfologia e de sintaxe das línguas, do inglês do século XV (antes de Shakespeare) ao alemão do século XIX, das línguas germânicas às línguas românicas e ainda desde o grego clássico ao latim. Estudos em áreas que vão da literatura, história, psicologia, economia e linguística às ciências da vida (psicologia(!), neurociências), demonstram que a evolução das línguas, tanto no sentido da complexificação como da simplificação dos sistemas de morfologia casual e verbal (condição simultânea, na impossibilidade de distinguir se antecedente se consequente, às redefinições da estrutura sintáctica de um dado sistema de língua) para ser compreendida tem de recorrer a uma investigação interdisciplinar. 4.3. Futuro na mão 5.Decálogo Evitar fazer as suas escolhas dentro de um limite espacial-temporal estreito, que só satisfaz o imediato. Mª Lourdes Lima Professora

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Utentes de redes sociais dão mais erros ...ou brincam com a língua 28 fevereiro 2019

Utentes de redes sociais dão mais erros ...ou brincam com a língua 28 fevereiro 2019 A abordagem pode ser séria, tipo “está errada”, a ortografia é “ideia”. Ou faz-se outra abordagem, a de entrar no jogo para perceber o que está a ser dito:…Idea? Edea? Para quê o pingo do ‘i’ no ‘e’? Onde pára a anaptixe?! Mas contrapor-se-á à ideia de se estar a brincar, com o questionamento sobre "em que idade é esta brincadeira, em que modelo educativo, se da pioneira Finlândia, dos top-10 como a Singapura, Japão … esses que investem fundo, patrioticamente, na formação inicial. E os braços até podem levantar-se exasperados para expressar "Em Cabo Verde estamos a perder, teremos perdido o norte? Esta ilustração acompanha a resposta à pergunta sobre se os utentes das redes sociais cometem mais erros (escritos) que os demais (que escrevem) e se na universidade pública (os estudantes, parece-me) dão mais erros. Utentes de redes sociais dão mais erros ...ou brincam com a língua Por: MªLourdes Lima, com agradecimento a quem me perguntou Primeiro, os factos. É facto que a liberdade de expressão se expressa (passe o pleonasmo) até nas gralhas que tendem a ser mais frequentes nas redes sociais que em outros contextos de escrita. Se no Facebook, o livro das carinhas, escrevemos na ‘descontra’, o mesmo não pode aplicar-se a uma situação de comunicação menos informal. É facto que é para evitar isso (a mistura de estilos, do formal ao informal nos textos oficiais) que os programas de ensino trazem o estudo dos registos linguísticos. Mas se uma pessoa comete erros em outros contextos de escrita, não se estranhe que os leve para a sua escrita nas redes sociais. Como tudo na vida, porém, a realidade é feita de muitas nuances, entre o branco e o preto, entre o básico e o aprofundado: há os que se acomodam com o que adquiriram e deixam de procurar atualizar os conhecimentos, incluindo os relacionados com os instrumentos da escrita. Há outros que buscam ativamente atualizar-se: leem para saber mais (e não só ter mais informação), discutem ideias, escrevem para organizar as ideias e quando escrevem para comunicá-las têm o cuidado de fazer uma tarefa básica que muitos esquecem: rever o que escreveu. Nos fóruns, chats… a preocupação é com a interação e é natural que a pessoa escreva sem a preocupação de fazer a revisão do que acabou de escrever. Poderia fazê-lo mais tarde… mas há quem pense "Para quê?", justificando-se que a comunicação nestes meios tem mais uma função lúdica. Além disso, note-se que a velocidade exigida pela interação obriga muitas vezes a uma “escrita nova”, muito marcada pela fonética e ou pela imagem. Estudantes universitários... A perceção dos erros é capaz de ser maior por parte de quem detém a norma e avalia segundo esta o que muitos escrevem nas redes sociais. E um alvo tem sido a universidade pública, que desde há décadas tem sido apontada como um lugar onde até se dão mais erros... Dificilmente diria que os estudantes universitários fazem mais erros que outros utentes, em termos gerais. É bem possível que os erros deste estrato social se tornem mais visíveis, talvez porque... são mais ativos nesse meio? É pois preciso "olhar mais longe", para compreender isso e relacionar com a forma como se comporta a sociedade em que a universidade se insere. Quais as atitudes, os valores? Quem valoriza o saber mais que o ter? ….Temos uma sociedade (não só nacional, mas global) que está muito refém de uma determinada conceção da cultura de massas, que é acrítica, passiva, logo, incultura. Essa cultura “industrial” para consumo e essa ideia de consumismo transformam num alvo o ser humano em desenvolvimento. Para isso, dá-se-lhe a promessa de que ele tem todos os direitos porque é cliente. Com isso, anula-se o seu investimento intelectual na cultura, que devia ser participada efetivamente. Vamos aos erros: como referi, não vejo uma significativa influência da escrita “blogal”, dos social-media, sobre o desempenho em outros ambientes. Embora num chat eu possa utilizar abreviaturas, num texto padrão vou ter que desenvolver essas formas abreviadas, tal como ao passar do texto oral para o texto escrito vou ter de fazer determinadas operações relacionadas com os fatores próprios das duas situações de comunicação. A pergunta então seria se os estudantes universitários fazem mais erros (escritos) que os demais escreventes. Uma pessoa que tenha feito a sua escolarização há 20, 30, 40 anos pode ter melhor desempenho que um estudante universitário? Pode, sim, mas isso só acontece para quem continua a trabalhar com as competências adquiridas na escolarização e procura atualizá-las. É que toda a atividade exige a prática continuada e, caso contrário, ocorrem situações de perda de competências anteriormente adquiridas. A pessoa ao deixar de andar, perde a motricidade. A pessoa ao deixar de pensar de forma racional perde capacidades intelectuais. "Vamos aos erros", afinal, levaria tempo estar aqui a enumerá-los exaustivamente (estão dispersos em alguns trabalhos que fiz nesse sentido, alguns deles estão publicados — os de mais fácil consulta estão no meu Facebook (sim!) e nos blogues ScientiaEtPoesia.blogspot.com, DeCapoViride.blogspot.com, … ). Remato: Brincar com a nossa língua é parte duma caminhada continuada, com encontros e desencontros, pausas e acelerações. Uma aventura e uma rotina, permita-se-me o oxímoro, na permanente (der)rota para compreender e assim aprender, saber mais e dar sentido ao mundo. Uma nota final. Pergunta feita, a resposta foi enviada para publicação no dia seguinte, um sábado. Até esta, ficou ’moita carrasco’ — razão para a sua publicação, um mês depois, hic et nunc.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Finlândia: PM sujeita-se a teste de despiste de drogas depois de festa em casa — 66% desaprovaram 24 agosto 2022 O teste de urina realizado, no dia 19, à primeira-ministra Sanna Marin, após insinuações desabridas nos social-media, "deu negativo" a cocaína, anfetamina, canábis e opióides, segundo comunicado da chefia de governo. A despistagem de droga tornou-se necessária — "para dissipar toda e qualquer suspeita de uso de drogas, que nunca usei", disse Sanna Marin — depois que uma série de imagens da festa privada na casa da governante suscitou uma onda de críticas.
A primeira-ministra em conferência de imprensa já tinha admitido que durante a festa de amigos em sua casa tinha bebido álcool, mas negou ter consumido "quaisquer drogas", que "nunca usei nem na minha primeira juventude". Igualmente negou que algum dos seus amigos e celebridades, presentes na festa, tivesse consumido substâncias proibidas em sua casa. Não é a primeira vez que Sanna Marin, eleita em dezembro de 2019 e a mais jovem primeira-ministra a nível mundial, é criticada pelas festas. A primeira foi na residência oficial Kerasanta, em Helsínquia em abril de 2020 e levantou uma onda de críticas a pretexto das medidas anti-Covid-19 (na mesma linha do que aconteceu ao primeiro-ministro britânico Boris Johnson). A culpa é do fotógrafo? Sobre uma festa há um mês, também na casa oficial da capital divulgou-se esta semana a foto de duas convidadas de busto nu a taparem os mamilos com a miniatura duma bandeira nacional. "Infelizmente, alguém fez essa foto. Essa foto nunca devia ter acontecido", reagiu a governante candidamente. "Mãe pode atuar como adolescente mas governante não" Nas redes sociais, a polémica corre sem brida há mais de uma semana. Uns dizem "Não vejo nada de mal". Há quem a condene por "festejar como uma adolescente sendo ela mãe". Outros condenam a governante do país. E há os que a defendem. Outros lembram que a democracia é isto mesmo: o povo decide o que está certo e não. "Quem acha que a primeira-ministra não pode festejar assim, pode votar contra ela nas próximas legislativas". "Foi um grande erro", dizem 66% Uma sondagem encomendada pela cadeia nacional MTV3 mostra que dois em três finalndeses reprovaram a atitude da primeira-mininstra quando, em dezembro último, esteve numa festa e dançou "até ao amanhecer" após ter estado exposta à Covid-19. O mesmo número dos que aprovaram em abril de 2020 o apertão que o novo governo sob sua liderança deu à Suécia, país que se destacou pela polémica da "imunidade natural". Em 8 de abril de 2020, a Finlândia mandou fechar, por mais de um mês, até ao dia 13 de maio, as fronteiras com o vizinho, que justificava assim: "A República finlandesa considera indispensável que o Reino da Suécia dê instruções ao seu pessoal do setor da Saúde para a sua efetiva proteção e faça testes adequados ao coronavírus". Na lista mundial dos mais jovens chefes de governo, grata ao sistema de ensino A eleição de domingo 8-12-2019 que deu a vitória aos sociais-democratas abriu caminho para a ex-ministra dos Transportes, Sanna Marin, chegar à primatura como a primeira-ministra mais jovem da história da Finlândia e ingressar na lista mundial dos mais jovens chefes de governo. "Nunca me preocupei com o facto de ser mulher e jovem. Penso que mostrei ao eleitorado as razões para eu estar na política; e foi isso que nos fez ganhar a sua confiança", disse na noite da vitória. A política social-democrata tomou posse três dias depois, num governo de coligação de cinco partidos liderados por mulheres jovens (só uma tem mais de 34 anos). A ascensão de Sanna Marin no Partido Social Democrata deveu-se à demissão, uma semana antes, de Antti Rinne, enfraquecido por uma greve de funcionários dos correios que lhe fez perder a confiança do Partido do Centro. Presidente do PSD desde 2014, o antigo sindicalista Rinne chefiou o governo finlandês em coligação durante seis meses. Sanna Marin, duma "família pobre" e que se diz "grata ao sistema de ensino nacional que dá oportunidades iguais a todos", é a terceira primeira-ministra da República da Finlândia, país que elegeu uma presidente, Tarja Halonen, entre 2000 e 2012, e foi pioneiro na Europa no direito de voto às mulheres em 1906. ... Fontes: BBC/Le Monde. Fontes históricas. Relacionado: Finlândia: Sanna Marin, 34 anos, eleita primeira-ministra do país pioneiro no direito de voto das mulheres, socialista e capitalista, 10.dez.019; Fotos (Getty/Reuters/Twitter): Elogiada pelo desempenho diplomático-político da adesão à Nato perante a ameaça russa na fronteira comum. Criticada pelas festas, a primeira-ministra na 6ªfª 19, à beira das lágrimas: "Sou só um ser humano". Pela descontração na foto, num festival de rock há um mês, foi elogiada. Foto-montagem das cinco governantes em dezembro 2019 (no sentido dos ponteiros do relógio): a primeira-ministra mais jovem da história da Finlândia, Sanna Marin, 34 anos, do PSD; Li Andersson, da Aliança de Esquerda, e Katri Culmuni, do Partido do Centro, ambas com 32 anos; Maria Ohisalo, do Partido dos Verdes, e Ana-Maja Henriksson, do Partido do Povo Sueco da Finlândia, respetivamente com 34 anos e 55 anos.
Moçambique : Seguradora recusa indemnizar por "pior acidente no país" com 62 vítimas, 32 mortais 23 agosto 2022 A seguradora EMOSE está a avançar com um recurso para evitar cumprir o que no dia 13 decidiu o tribunal: pagar uma indemnização às famílias das vítimas do acidente de autocarro que matou 32 pessoas e deixou outras 30 feridas. Em conferência de imprensa, um dirigente da seguradora explicou que a falta de pagamento por parte da transportadora Nhancale levou à anulação da apólice de seguro. Moçambique : Seguradora recusa indemnizar por "Não tendo a transportadora a fração que venceu em novembro de 2020, o contrato de seguro ficou nulo. Significa que, não tendo sido paga a última prestação, já não havia contrato", disse Benedito Manhiça, administrador da área técnica operacional da Emose. Na semana passada, o Tribunal Judicial do Distrito da Manhiça, na província de Maputo, condenou a seguradora e a transportadora Nhancale ao pagamento de 33 milhões de meticais (56 milhões CVE) aos familiares das vítimas do sinistro. O tribunal atribuiu a culpa da tragédia ao motorista — que capotou ao fazer uma ultrapassagem irregular e embateu num de dois camiões —, pelo que o condenou a um ano e oito meses de prisão, convertidos em multa.
Pior acidente O acidente rodoviário, considerado o mais grave de sempre registado em Moçambique, ocorreu em 3 de julho do ano passado em Maluana, no distrito da Manhiça a cerca de cem quilómetros de Maputo. A tragédia teve lugar na Estrada Nacional N.º 1, que liga a cidade da Beira à capital. Inquérito atrasado A Comissão formada de imediato para investigar o acidente tem vindo a ser criticada por não apresentar resultados. Os seus membros são: José Estêvão Muchine, Juiz Conselheiro Jubilado do Tribunal Administrativo – Presidente; os engenheiros Lo Kam Chong (do Colégio da Engenharia Mecânica) e Domingos Guiamba (do Colégio da Engenharia Civil), todos da Ordem dos Engenheiros de Moçambique; Mário Jacobe, da Ordem dos Médicos de Moçambique; e Alexandre Nhampossa, da Associação Moçambicana para Vítimas de Insegurança Rodoviários. ... Fontes: noticias.mo.mz/odia.mz. Fotos: Autocarro da tragédia. EN1, com 2477 km de extensão, é a maior e mais importante rodovia moçambicana, pois liga seis capitais provinciais — Maputo, Xai-Xai, Maxixe/Inhambane, Nicoadala/Quelimane, Nampula e Pemba — e dá acesso a todos os grandes portos (Beira, Pemba, Maputo-Matola, Nacala e Quelimane) e liga os caminhos de ferro de Ressano Garcia, Goba, Limpopo, Machipanda, Sena e Nacala.

terça-feira, 19 de julho de 2022

Mala de senhora? É ele quem carrega


1. Qual o contexto cultural? Comparemos com o nosso.


2. Vejamos esta reação: "I saw a man frolicking around with his girl's handbag. Some people may find it sweet (...). To be fair though the missus was weighed down with some huge bags of  groceries but still, that was a very unmanly gesture on his part".


(frolic: brincar, divertir-se...)


sexta-feira, 8 de julho de 2022

Cultura 'pop' inspira-se na tradição

 

............................................................................Moda escravidão : Pèzinhos das chinesas em sapatos artísticos inspiram celebridades15 setembro 2019

Muita tortura sofrem as chinesas durante mais de mil anos para ter pés pequenos, tamanho 30, igual a uma criança de sete anos, para caber nos sapatinhos artísticos como o exemplar exposto - desde o dia 13 - no museu de Pequim (foto). Pés de Cinderela, ideal de beleza feminina surgido na China Imperial e que no século XVII entrou nas cortes europeias. Mito de beleza torturante morreu? Veja.

Moda escravidão : Pèzinhos das chinesas em sapatos artísticos inspiram celebridades

As celebridades sobretudo estrelas pop, que aparecem nos tapetes vermelhos e outros pódios da fama em cima de plataformas com formas (foto) que parecem improváveis de as sustentar, sabem por que o fazem: pela fama, já que a exposição mediática do insólito, nem que seja alguns minutos no noticiário do dia, pode ter efeitos multiplicadores.

Mas as jovens de saltos altos que, nas nossas ruas onde ainda não chegou o último piso suave, mal se equilibram e precisam muitas vezes da ajuda duma amiga para não cair no duro empedrado, porque é que se dão a tal tortura, com riscos para a integridade física no imediato e para a saúde geral a longo prazo?

Sofrer para ser bela, sussurram ou dizem alto nos salões cabeleireiros. Fenómeno universal, ninguém irá contestar que mais sofrem as ainda muitas que não aderiram à moda dos cabelos naturais (que frágeis contudo pedem muita manutenção) e se submetem a rituais incompatíveis com esta canícula mundial, de que não se tem memória histórica.

Ao longo de mais de mil anos, as mães chinesas escolhiam de entre as filhas as que teriam mais potencial para ’casar bem’— as destinadas aos trabalhos duros não podiam ser mutiladas porque isso ia prejudicar a sua capacidade laboral.

As escolhidas eram submetidas aí por volta dos seis anos e até aos doze à prática quotidiana do pé dobrado para ser ligado com faixas. A renovação das ligaduras tinha de ser diária para manter o grau necessário de aperto. Depois dos dedos vinham os ossos próximos que sob a pressão se partiam. Ao longo dos anos, os dedos e esses ossos desapareciam debaixo da planta do pé.

Justificava-se a iniciação aos seis anos. Nem antes nem depois. Antes dos seis, não tinha a maturidade para perceber que era em seu interesse. Era necessário preparar a menina em tempo prévio adequado. Ensiná-la através de mensagens subliminares a suportar a dor que o processo acarretava.

A menina era assim preparada para ser ela própria a aderir à prática, consciente do seu valor para o futuro. A história da Cinderela chinesa contada através das gerações tornou-se pois parte do processo de adesão.

A moda corrente durante parte da história da trimilenária China Imperial, até à sua queda em 1912, alegadamente morreu com o Império. Mas estará ainda vigente em meios fechados na China atual, resistindo ao advento da República, a todas as mudanças sofridas na China ao longo do século XX.

A iniciação dava-se aos seis anos: havia que preparar em tempo prévio adequado a criança. Ensiná-la através de mensagens subliminares a suportar a dor que o processo acarretava. A menina era preparada para ser ela própria a aderir à prática, consciente do seu valor para o futuro. A história da Cinderela chinesa contada através das gerações era parte do processo de adesão.

O mito do pé pequeno chegou à corte francesa, ainda não se sabe bem como. Mas a hipótese mais forte é que tenham sido os irmãos Grimm os responsáveis. Eles que, a partir do universal conto popular da ascensão social como prémio após uma infância e adolescência maltratadas, decidiram pôr no centro do mérito o pé pequeno.

Hoje o mito do pé certo para o sapatinho de cristal, que os Grimm criaram no imaginário europeu, tornou-se um símbolo universal. Mesmo se ninguém é obrigada a automutilar-se, o "veja" (acima) mostra que o mito não morreu.

Moda escravidão : Pèzinhos das chinesas em sapatos artísticos inspiram celebridades

angolano

19 Setembro 2019 10:56

vocês não investigam??isso quem usava são as gueixas até os menos atentos sabem que é uma cultura japonesa

goo

19 Setembro 2019 10:52

não investigam dá nisso